Sistema de Captação e Reutilização de Água Pluvial
A água pluvial ou simplesmente Água de Chuva com tratamentos simples é uma alternativa concreta para uso em descargas de vasos sanitários, irrigação de jardins e lavagens de carros, pisos e roupa, podendo ser adequada e levada a nível de potabilidade humana e animal. Numa residência, a alimentação, banho e lavatório representa 45% do consumo de água sendo o resto, 55% usado para descargas em bacia sanitária, lavagem de roupa e carro, irrigação de jardim e piscina que pode facilmente ser atendido pela agua de chuva com um tratamento mínimo de filtração e desinfecção.
Aplicações mais nobres para a água de chuva dependerão de um tratamento mais completo com filtração em vaso pressurizado normalmente de carcaça de inox recheado com meio filtrante tipo areia/carvão ativado ou um simples filtro de cartucho. Na escolha de um filtro, mais do que o formato do filtro o importante é o meio filtrante ou mídia utilizada em seu interior, em sua construção.
A água usada em Lava Rápidos pode ser totalmente reutilizada com o sistema Natural Ambiente que separa os resíduos (terra, graxas e óleo) por gravidade, evitando que a água seja descartada fora dos padrões do Artigo 19 ou 18 do Decreto nº 8.468/76 tanto em esgoto como em rede de águas pluviais. Em algumas cidades o tratamento da água é condição obrigatória por lei. A caixa de separação de resíduos pode ser construída em concreto ou material plástico durável e impermeável. É um equipamento importante, pois o sistema foi desenvolvido para retirar os óleos e graxas além dos sólidos decantáveis e em suspensão. O formato da caixa pode ser circular, quadrado ou retangular.
Sistema de Reaproveitamento de Água de Chuva
O sistema de captação de águas pluviais (Água de Chuva) é projetado de forma totalmente independente da rede de esgoto. Inexiste qualquer conexão entre eles pois poderá causar risco de contaminação aos usuários. O padrão de qualidade oferecido pelo sistema tem como referência a tabela abaixo da Norma ABNT NBR 15527:2007 – Água de Chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos
¹ – No caso de serem utilizados compostos de cloro para desinfecção; ² – UT é a unidade de turbidez; ³ – UH é a unidade de Hazen
A água pluvial deverá ser captada de coberturas por meio de calhas metálicas, em caso de laje ou calha de concreto, são utilizadas grelhas planas, conforme projeto específico de telhado e calhas. As descidas de água deverão escoar a água para rede de drenagem que levará para um tanque ou caixa de contenção, com volume calculado conforme a legislação municipal e índice pluviômetro da região. A água pluvial deverá receber tratamento conforme indicado no projeto específico e será reaproveitada para irrigação do jardim, bacias sanitárias e mictórios.
O sistema de tratamento de águas pluviais é composto por duas bombas centrífugas, solenóides, sensores de nível, um manômetro, uma bomba dosadora de cloro e um filtro com elemento removedor de sólidos com camada mista de quartzo e carvão ativado conforme figura a baixo.
A operação do sistema é totalmente automática e controlada por um painel de automação. A seguir a descrição do processo de tratamento da estação. Inicialmente, toda a água pluvial captada da cobertura do edifício será encaminhada para o reservatório de aproveitamento de águas pluviais – cisterna – dotado de extravasor para o excesso de águas pluviais acumuladas. Essa tubulação de saída deverá ter medidas igual ou superior à tubulação de entrada para evitar transbordamento na casa de máquinas.
Sistema de Tratamento de Água de Chuva com Filtro em Inox
O sistema de pressurização bombeará a água desta caixa para o sistema de tratamento e posteriormente para o reservatório de água tratada. Essa ação ocorrerá todas as vezes que o sensor de nível detectar uma diferença de nível no reservatório, acionando a central de tratamento de águas pluviais através do painel de comando, fazendo-a passar pelo filtro de areia, com vazão projetada que fará a separação dos sólidos grosseiros e das pequenas partículas oriundas da água de chuva no seu estado bruto, e pela bomba dosadora de cloro que tem a função de remover bactérias e coliformes fecais. Dentro dos reservatórios haverá um sensor de nível para a proteção da bomba quando faltar água pluvial. O extravasor conduzirá o excesso de água de chuva coletado no edifício para a rede de drenagem de águas pluviais da via pública.
Devido aos períodos de estiagem, poderá haver falta de água de chuva e drenagem no reservatório de água tratada. Para que não ocorram problemas no abastecimento haverá reposição de água da concessionária em caso de secas extremas. A reposição será acionada quando a altura do reservatório atingir níveis críticos. Esse processo, assim como toda a estação, é automático e não precisa de interferência de um operador. Para que não haja problema de contaminação na rede de água potável, a reposição é feita através de um tubo no interior do reservatório de águas pluviais, distante em pelo menos 15 cm do nível do extravasor do reservatório.
Em decorrência dos desgastes ao longo do dia do meio filtrante (aumentando sensivelmente sua perda de carga hidráulica) é necessária uma limpeza dos mesmos pelo menos uma vez ao dia. Isso faz com que o filtro recupere sua capacidade de limpeza além de aumentar a vida útil das camadas de areias e carvão ativado. O processo de limpeza dos filtros é automático e será realizado da seguinte forma: uma vez ao dia durante um período de pouco uso o sistema de pressurização é interrompido e inicia-se o processo de retrolavagem que nada mais é do que a inversão do fluxo de água do sistema para que os resíduos acumulados durante o processo de tratamento sejam expelidos do filtro. Esse processo é controlado por acionamento direto no painel de comando, excluindo a necessidade de intervenção humana. Para inversão do fluxo serão usadas válvulas solenóides, bomba de retrolavagem e água da concessionária de abastecimento.
