Aeração de Lagos e Efluentes com Ar Difuso

O sistema de tratamento biológico de efluentes inventado em 1900, a aeração passa a ser usada para promover o ambiente aeróbico e propiciar o desenvolvimento dos microrganismos responsáveis pela rápida degradação da matéria orgânica (poluição). A geração e injeção de ar nas estações aeróbias de tratamento de água, o suprimento de oxigênio passa a ser, de longe, o maior item de consumo de energia (50 a 90% do consumo total) obrigando a busca por sistemas de aeração eficientes.

Vários sistemas mecânicos de aeração foram desenvolvidos ao longo do tempo, mas com o custo energético crescente, depois dos anos 70, desenvolveu-se a aeração por ar difuso com economias de até 50%. Nos EUA mais de 1300 estações de tratamento de efluentes, municipais e industriais passaram a usar aeração por ar difuso em substituição aos aeradores mecânicos.

Os aeradores podem ser de superfície, mecânicos ou submersos. Os primeiros agitam o efluente para introduzir ar da atmosfera com pás, lâminas, brochas e sistemas propelentes diversos. No caso do ar difuso, ou aeradores formadores bolhas, injetam o ar na base do sistema.
Estações de tratamento de efluentes americanas onde, se substituíram os equipamentos mecânicos de aeração:

  • Caso 1 – Estação de Tratamento de Efluentes de Saukville, Wisconsin.

Esta unidade conseguiu aumentar a eficiência de transferência de oxigênio com redução de custos, em vez de dois sopradores passou a usar apenas um. Posteriormente, em 1990, após alguns problemas por entupimento e desequilíbrio de distribuição do ar nos tanques, os difusores foram substituídos por aeradores de membrana. Depois de alguns acertos no volume de ar requerido, o sistema ganhou o premio de “ÜS EPA Award of Excellence” in 1991 devido à otimização das operações e práticas de manutenção.

  • Caso 2 – Estação de Tratamento de Efluentes de Renton, Washington.

Em 1982, devido ao aumento de custos de energia esta estação mudou o sistema de aeração por macro bolha para o sistema de aeração por micro bolha por membrana perfurada em dois tanques deixando outros dois no sistema antigo. Comparou-se o oxigênio dissolvido e verificou-se que os tanques a ar difuso por micro bolha precisavam 30-40% menos ar do que os do sistema velho. Com a mudança, de 390 KW passaram a consumir 355 KW/1000 m³ após instalação dos difusores micro bolha.

  • Caso 3 – Estação de Tratamento de Efluentes de Ridgewood, Nova Jersey.

Esta unidade teve seu sistema de aeração por macrobolha trocado em 1983 por um sistema de difusores de cerâmica microporos obtendo-se um resultado de economia de energia de aproximadamente 28% além de melhor nitrificação resultante no efluente.

Modelos de Difusores de Ar no Mercado

  • Difusores de microporos existem na forma de discos, tubos e domos; são feitos de cerâmica, plástico ou membranas flexíveis perfuradas. Produzem bolhas de diâmetro aproximado 1-5 mm em água limpa, a um dado fluxo de ar/minuto
  • Discos – Difusores de disco medem em geral de 18-24 cm de diâmetro. São desenhados para vazões de 0,25 a 1,5 litros/s por difusor.
  • Tubos – Podem ser feitos com 0,50 a 2 m de comprimento, sendo usual o diâmetro de 6,4 –7,6 cm. O fluxo de ar pode variar de 1 a 5 litros de ar/s.
  • Difusores tipo “Dome” – Feitos geralmente de cerâmica ou plástico poroso, são geralmente circulares com 18 cm de diâmetro e 3,8 com de altura. São desenhados para vazões de 0,25 a 1 litro de ar/s.
  • Difusores tipo Bandeja – De cerâmica ou membrana perfurada, são retangulares e têm aproximadamente 30 cm² em área por 2-3 cm de espessura. Em desuso, foram substituídos pelos anteriores.

Vantagens dos Difusores de Ar

A eficiência do sistema de aeração está relacionada às características do efluente, ao processo, ao regime de vazão, às condições de carga, à geometria do tanque, ao tipo de difusor, tamanho, forma, densidade e ao fluxo de ar. Características como DBO, nitrogênio amoniacal e vazão, estão entre os parâmetros que ditam a demanda total de ar e oxigênio.

O entupimento do sistema pode advir de partículas do próprio ar ou do meio liquido que se precipitam sobre os poros. A presença de surfactantes, sólidos dissolvidos ou em suspensão, podem afetar o formato e tamanho da bolha e alterar a capacidade de oxigenação do sistema.

Controle efetivo do processo no longo prazo levará em conta tempo de retenção e integração dos sólidos, relação alimento/microrganismo e vazão do efluente. No curto prazo, por parte do operador, deve se observar o fluxo de ar do difusor e oxigênio dissolvido (OD) no liquido.

Modelos de Difusores para Aeração de Lagos e Efluentes

Aeradores Tubulares

Aeradores Tubulares

Aeradores Tipo Prato

Aeradores Tipo Prato

Aplicações de Difusores para Aeração

  • Redução de Carga Orgânica (DBO/DQO)
  • Controle de Odor e Mosquitos
  • Clarificação da Água
  • Controle de Lodo de Fundo
  • Aeração Localizada
  • Controle de Algas Verdes
  • Aeração de Tanque Rede
  • Produção de Peixe e Camarões
  • Controle de Poluição de Rios

Benefícios da Aeração em Águas e Efluentes

  • Elimina a zona morta reduz nitrogênio e reduz a DBO/DQO
  • Não levanta Aerossóis
  • Enorme quantidade de água movimentada por hora (120 m³)
  • Materiais de construção resistente às intempéries: aço inox, PEAD e PVC
  • Desestratificação contínua do corpo de água
  • Aeração em Profundidade com microbolhas de 1 – 3 mm
  • A maior eficiência em fornecimento de oxigênio dissolvido por KWH
  • Livre de manutenção (não precisa de óleo e lubrificação ou troca de correias)

Sistema de Aeração por Difusores Tubulares e Autoafundantes

Aerador Autoafundante

Sistema de Aeração por Difusores Tubulares e Autoafundantes

Aerador Autoafundante

Sistema de Aeração por Difusores tipo Prato

Instalação de Difusores tipo Prato para aeração de Sistema de Tratamento de Efluente
Potência de Difusor tipo prato em aeração de lagos

Sistema de Aeração por Difusores tipo Prato